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LINA OBAID Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2018, 14:21 - A | A

31 de Dezembro de 2018, 14h:21 - A | A

LINA OBAID / LINA OBAID

COLUNA: Jornalistas e Síndrome do Papel em Branco: Excesso ou falta?

Lina Obaid
Nova Mutum
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Todos nós já passamos por esta situação um dia: Você se prepara para escrever algum texto, senta em frente ao computador, fica olhando a tela fixo por muito tempo e nada. Depois, você escreve várias coisas, apaga, recomeça e por fim, sempre acaba de frente para o mesmo papel em branco, não é mesmo?

 É algo desgastante, mas a princípio nós pensamos que para começar a redigir um texto a técnica do brainstorming, ou “tempestade no cérebro” onde colocamos todas as palavras que nos vêm à cabeça, para depois cortar o que não for necessário é a solução, mas, nem sempre é o que acontece. Mas calma, pois isso não significa falta de informação, pelo contrário é o seu excesso que causa esta falha de tempos em tempos.

Nosso cérebro é dividido em dois hemisférios, o direito responsável pela arte e criatividade, enquanto o esquerdo responde pela razão e raciocínio lógico e matemático. Em ambos os polos, ele recebe, processa, e por ultimo armazena as informações aprendidas.

Mas, por que estes dados não vêm à tona, quando mais precisamos? Muitas vezes, o “ruído externo” e a velocidade de recepção e processamento de dados é a causa Mais comum deste bloqueio da criatividade linguística.

Em meio a tanta tecnologia, a solução é escrever à mão! Isso mesmo, escrever manualmente, à moda antiga, é o que apontam estudos recentes das universidades de Indiana e Washington, nos Estados Unidos. De acordo com eles, escrever não só melhora a letra, como potencializa a memória, pois, os movimentos sequenciais das mãos ao escrever ativam as áreas do cérebro responsáveis pelo raciocínio, linguagem e processamento da memória.

Aqui vão algumas dicas para contornar o problema:

1 - Assegure-se de que você tem algo a dizer: Estude, pesquise e abasteça-se de informação de modo descontraído, e sem exigências, garantindo assim a fluidez de informações e evitando o bloqueio emocional acima de tudo.

2 - Não insista em começar do começo: Uma ideia às vezes surge de um pequeno ato de observação, das minuciosidades do dia a dia, portanto começe por onde ela surgir, que dali, aos poucos as ideias se solidificarão por si só!

3 - Não fique à espera da milagrosa inspiração: Como já citamos antes, escrever não é um ato milagroso cuja inspiração “cai do céu”, mas sim uma ação que depende de mecanismos cerebrais e (muito) preparo e prática. Por isso, não fique esperando à deriva para começar a redigir algo.

4 - Organize seu texto em torno de um tema restrito e bem delimitado: Ao invés de escrever e apagar repetidas vezes, tente apenas lapidar as informações já dispostas sobre o papel (ou tela). Ou seja, releia quantas vezes preciso for e sinta se há conteúdo e coesão por trás das palavras. Pense num público-alvo e se foque nele, coloque-se no lugar do leitor, pois isso irá facilitar muito o processo de criação e percepção de seu texto.

5 - Na falta de palavras, desenhe: O desenho é feito de movimentos manuais, asism como a escrita, e por mais que seja algum rabisco subjetivo, tenha a certeza de que: Ele irá ativar alguma informação retida em seu cérebro que irá te ajudar com o assunto em que está trabalhando.

6 – Mude o lugar , horários e ferramentas:  Uma vez habituado a criar em certo horário, local e maneira, nosso cérebro entende que estamos aptos a escrever apenas naquelas determinadas condições, por isso, mudar de vez em quando é bom, pois estimula a (re)descoberta cognitivo-sensorial, para auxiliar no ato de redigir.

7 – Lembre-se: Você não está só! Sempre ouvimos relatos à nossa volta, de amigos, escritores, jornalistas, poetas, etc. sobre ter tido alguma dificuldade para escrever um dia. Apesar de ainda existirem poucos dados cientificos sobre esta patologia, pondera-se que os números sejam altos, e atinjam pesssoas de todas as idades e níveis intelectuais. Isso se deve ao rápido avanço tecnológico e às exigências do mercado de trabalho. Mas vale lembrar que cada um tem seu tempo, por isso não desista e nem desanime, o seu papel/tela vai se preencher com coisas úteis!



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