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GERAL Quinta-feira, 06 de Março de 2025, 16:39 - A | A

06 de Março de 2025, 16h:39 - A | A

GERAL / CIÊNCIA

"Camundongo-lanoso" é criado em novo passo para ressuscitar os mamutes; Veja vídeo

Lillian Sibila Dala Costa



A empresa Colossal Biosciences planeja trazer os mamutes-lanosos de volta à vida até 2028 — e fez mais um avanço rumo à concretização do feito. É a criação dos “camundongos-lanosos”, uma edição genética que trouxe as características dos antigos paquidermes para os diminutos roedores com sucesso.

Os camundongos em questão ficaram com os pelos na textura, cor e espessura apropriadas, assim como metabolismo de lipídios condizente com a característica nos extintos mamutes. Como eles fizeram isso e o que isso significa para a pesquisa?

Para recriar os mamutes-lanosos, é necessária muita pesquisa genética. Um dos maiores desafios, então, é identificar quais genes dos elefantes-asiáticos — parentes mais próximos dos mamutes — teriam de ser alterados para fazer com que os animais estejam adaptados ao frio, aspecto fundamental dos mamíferos extintos.

Para isso, a companhia analisou o genoma de 59 mamute-lanosos, mamutes-de-colúmbia e mamutes-das-estepes com idades entre 1,2 milhão de anos e 3.500 anos. Com a ajuda de computadores, foram comparados os genomas de 121 mamutes e elefantes, incluindo os africanos e asiáticos. Mas… o que fazer com esses dados?

Os elefantes-asiáticos têm uma gestação de 22 meses e são uma espécie ameaçada, na qual não seria ético experimentar, contou a chefe de ciência na Colossal, Beth Shapiro, ao site IFLScience.

Camundongos, por outro lado, gestam em 20 dias e são mamíferos: apesar de distantes na evolução em cerca de 200 milhões de anos, as espécies compartilham genes o suficiente para desenvolver traços como a lã e o metabolismo de lipídios.

Foram identificadas sequências de DNA idênticas nos mamutes, mas diferentes no elefantes-asiáticos, associadas então ao fenótipo físico de um mamute-lanoso.

A equipe usou três tipos diferentes de edição de DNA, encontrando o fenótipo que daria as mesmas características aos camundongos. Shapiro afirma que não foram inseridos genes dos extintos mamutes nos roedores — foram apenas encontrados os genes responsáveis já presentes no seu genoma.

Os camundongos-lanosos têm pelos até três vezes maiores do que os selvagens comuns, também adquirindo uma coloração alaranjada. O animal, segundo a empresa, não é “novo”, mas sim uma espécie variante com fenótipos “emprestados” de um bicho já extinto. A equipe também garante que não houve consequências inesperadas para os roedores “fora o quão bonitinhos ficaram”. 



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