Diego Frederici/Folhamax
O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, determinou o desbloqueio de um caminhão Volvo apreendido na operação “Grãos de Areia”, que revelou a atuação de uma organização criminosa que “trocava” cargas de commodities - soja, farelo etc -, por areia.
Em decisão publicada nesta segunda-feira (28), o juiz atendeu ao pedido do Banco Bradesco, que realizou um empréstimo para uma pessoa não denunciada na operação “Grãos de Areia”, mas que teria vendido o veículo para Cristiano Barbosa Elias. Ele foi condenado a 4 anos e 6 meses pelo esquema.
Nos autos, o Banco Bradesco alegou que o empréstimo não foi pago, lhe dando direito de “tomar” o caminhão Volvo Man/TGX 6/4. “Considerando a manifestação favorável do Ministério Público e a documentação acostada aos autos, defiro o pedido formulado por Banco Bradesco S.A. para que seja procedida a baixa da restrição Renajud sobre o veículo acima descrito”, determinou o magistrado.
Segundo as investigações da Polícia Judiciária Civil (PJC) , o bando era formado por proprietários de empresas de transporte e logística, além de comerciantes de commodities do agronegócio. Os grãos eram transportados em caminhões e descarregados na empresa de logística Rumo, em Rondonópolis (216 Km de Cuiabá), no início do ano de 2021. Funcionários da organização foram cooptados pela quadrilha para “facilitar” o recebimento e validação das cargas, que já tinham sido substituídas por outros produtos como areia, por exemplo.
As forças de segurança realizaram apreensões de maquinários pesados, cavalos mecânicos, reboques, carros de luxo, caminhonetes, motos de 1.000 CC, e até barcos, dos membros da organização criminosa. No mês de fevereiro de 2025 o Poder Judiciário condenou 14 pessoas que faziam parte do esquema a penas que variaram entre 4 e 7 anos de prisão.