Diego Fredereci/Folhamax
O juiz da 9ª Vara Cível de Cuiabá, Gilberto Lopes Bussiki, condenou Flávio Leite Mendes Martins a pagar R$ 52 mil a uma mulher vítima de um golpe. Mendes responde a diversos processos no Poder Judiciário de Mato Grosso por se passar como um “pastor” e cometer crimes de estelionato e pirâmide financeira.
Em sentença publicada na última terça-feira (18) o juiz acatou os pedidos da vítima, que afirmou que investiu R$ 45 mil no início de 2023 com a promessa de lucros de 4% ao mês. Ela conta que não recebeu os valores devidos da Zion Enterprise, uma empresa fantasma utilizada por Mendes nos golpes.
“O contrato se findou no começo mês, e até o presente momento a autora não recebeu os valores devidos, e realizando algumas pesquisas, descobriu que a empresa nunca pensou em repassar o valor acordado, se tratando de crime de estelionato”, diz trecho do processo. O juiz Gilberto Bussiki reconheceu o golpe sofrido pela vítima, revelando que o “pastor” sequer se defendeu das acusações.
“Pelo fato do réu não trazer aos autos algo que demonstrasse que os débitos não são autênticos, nem sequer se defendendo quanto as alegações da autora, nada resta senão proceder os pedidos. Ademais, não obstante a revelia, não há nos autos um único elemento sequer que infirme a pretensão do autor, o que por si só conduz à procedência do pedido contido na exordial”, analisou o magistrado.
Flávio Leite Mendes Martins e sua esposa, Marina Baricelli Mendes, são suspeitos de um esquema de pirâmide financeira no Estado - além de outros golpes. O casal ficou conhecido em Mato Grosso depois que reportagens publicadas pelo FOLHAMAX, em fevereiro de 2023, denunciaram golpes que consistiam em se apossar de bens e altos valores de vítimas, sob a promessa, não cumprida, do retorno dos investimentos.
Flávio Leite Mendes Martins se apresentava como “pastor” e costumava gravar “mensagens religiosas” e de “superação” em suas redes sociais. Numa delas, ele diz esperar as pessoas no “topo” – sem revelar se o “topo” seria o da pirâmide financeira, da qual é suspeito de comandar.
“Bora para o topo. Os desafios são para nos fazerem mais fortes”, diz ele ao lado da esposa num vídeo. Diversos boletins de ocorrência foram elaborados a partir das denúncias das vítimas do casal, que também responde a ações no Poder Judiciário. Além da Zion Enterprise, outra organização que é recorrente nas denúncias, e que faria parte do "Ecossistema" de empresas fantasmas utilizadas no golpe, é identificada como Zion Go Smart Business.
Além de investimentos em dinheiro, o casal também é suspeito de utilizar imóveis e carros de luxo de terceiros nos golpes.