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AGRONEGÓCIOS Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 08:23 - A | A

23 de Janeiro de 2025, 08h:23 - A | A

AGRONEGÓCIOS / AGRONEGÓCIOS

Brasil espera exportar mais carne aos EUA

Com baixa oferta de gado no país, importações devem seguir crescendo, mesmo com Trump.

GloboRural
Brasil



Enquanto alguns produtos exportados para os Estados Unidos correm risco de sofrer com taxações durante a nova gestão do presidente americano, Donald Trump, os embarques de carne bovina do Brasil não devem ser afetados. Pelo contrário, há potencial para crescimento nas vendas aos EUA neste ano e nos próximos.

A avaliação é do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa. Ao Valor, o dirigente afirmou que o ciclo de baixa oferta de gado bovino nos EUA deve atingir o pico em 2025 e se estender ao menos até 2027. Isso significa que o país tende a continuar demandando o produto do Brasil, que é o fornecedor com maior oferta e competitividade atualmente.

“A carne bovina é considerada um item essencial nos EUA. Falar para um americano que ele precisa diminuir o consumo de hambúrguer seria o mesmo que falar para o brasileiro parar de comer arroz e feijão”, afirmou.

No ano que passou, as vendas externas de carne bovina do Brasil alcançaram 2,89 milhões de toneladas, incremento de 26,2% e um novo recorde, conforme dados do governo federal compilados pela Abiec.

Os Estados Unidos ocuparam a segunda posição entre os principais destinos de exportação, atrás apenas da China, e importaram 229 mil toneladas, um salto de 65,14% sobre 2023. O faturamento com o produto embarcado aos EUA somou US$ 1,35 bilhão, avanço de 59%.

Num cenário de oferta de gado restrita nos EUA e patamar considerado atrativo para os preços das commodities que compõem a ração animal, como farelo de soja e milho, o Brasil deve obter ganho de produtividade, a ponto de se tornar o maior produtor de carne bovina do mundo, de acordo com Perosa. Hoje, o país é o maior exportador da proteína, mas ainda está atrás dos americanos em volume de produção. “Este ano talvez a gente tenha um volume de abate menor [que em 2024], mas com aumento de produção, com mais produtividade, por causa do preço dos grãos”, disse Perosa.

Dessa forma, mesmo com a virada no ciclo pecuário para menor oferta, esperada para o Brasil neste ano, o país conseguiria manter o ritmo elevado de exportação de carne bovina.

Hoje 70% da produção nacional de carne é consumida no mercado brasileiro e os cortes enviados ao exterior são, majoritariamente, miúdos e dianteiros.

Perosa, que assumiu a liderança da Abiec neste mês, afirmou que a entidade está em processo de internacionalização. “Vamos abrir três escritórios, um em Washington, um em Bruxelas e outro em Pequim”. A ideia é acelerar a busca por novos mercados e melhorar as relações do Brasil, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex).

Um dos mercados-alvo dos exportadores é o Japão, que Perosa deve visitar em fevereiro.



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