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AGRONEGÓCIOS Quinta-feira, 10 de Abril de 2025, 14:08 - A | A

10 de Abril de 2025, 14h:08 - A | A

AGRONEGÓCIOS / AGENTE LARANJA

MP aciona "rei do desmate" e pede indenização de R$ 9,6 milhões em MT

Empresário é suspeito de desmatar 1,6 mil hectares

Da Redação/FolhaMax



A promotora de justiça Ana Luiza Peterlini, do Ministério Público do Estado (MPMT), ingressou com um processo contra o produtor rural Claudecy Oliveira Lemes, conhecido como o “maior desmatador do Pantanal”. Peterlini pede o pagamento de uma indenização de R$ 9,6 milhões de Claudecy pelo desmate de 1.676 hectares.

Segundo o processo, o desmatamento ilegal ocorreu na Fazenda Indiana, de propriedade de Claudecy, localizada na área rural do município de Santo Antonio do Leverger, na região metropolitana de Cuiabá. O produtor rural alegou em sede administrativa - ou seja, antes do ingresso do processo de indenização na justiça -, que possui “autorização” para transformar as áreas em pasto para sua atividade de pecuária. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), por sua vez, lembrou que a suposta “autorização” permitia apenas “limpar” as terras, e não desmatar.

A promotora de justiça observou, ainda, que a suposta “autorização” foi emitida em 2022 e que os danos ambientais ocorreram no ano de 2019. A ação tramita na Vara Especializada do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) que ainda não tomou uma decisão sobre o caso.

Além do pagamento de R$ 9,6 milhões, o MPMT também pede a reparação integral da área e sua regularização pelo cadastro ambiental rural (CAR). Claudecy ficou famoso em todo o país pela suspeita de utilizar o produto químico “Agente Laranja”, que é proibido, para desmatar 81 mil hectares do Pantanal, onde possui propriedades rurais.

O fazendeiro detém 277 mil hectares de terras na região - ou seja, Claudecy, sozinho, é “dono” de 6% do Pantanal -, gastando R$ 25 milhões para promover os danos ambientais. Somente entre julho e agosto de 2023 foram aplicados nove autos de infração e nove termos de embargo e interdição em razão de degradações ambientais praticadas pelo investigado.

Coletas de amostra de vegetação, água, solo e sedimentos nas áreas atingidas identificaram a presença de quatro herbicidas contendo substâncias tóxicas aptas a causar o desfolhamento e a morte de árvores. Também foram apreendidas nas propriedades diversas embalagens de agrotóxicos. O desmatamento ilegal ocasionou a mortandade das espécies arbóreas em pelo menos sete imóveis rurais, com a destruição de vegetação de área de preservação permanente e da biodiversidade.

O Governo do Estado busca a reparação dos danos ambientais exigindo de Claudecy o pagamento de R$ 2,8 bilhões.



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