Pietra Nóbrega/MidiaNews
Uma investigação do programa Domingo Espetacular, da Rede Record, exibida no domingo (9), revelou que o Paraíso do Manso Resort, localizado às margens do Lago de Manso, em Chapada dos Guimarães (a 64 km de Cuiabá, Mato Grosso), está em pleno funcionamento, apesar de ser alvo de operações policiais e estar situado em uma área da União.
O empreendimento, que, conforme a Polícia Federal, pertence à família Morinigo, é investigado por supostamente ter sido construído com recursos do tráfico internacional de drogas.
A equipe do Domingo Espetacular visitou o resort e foi recebida por uma mulher que se identificou como proprietária. Ela mostrou as instalações, informando que o local possui 24 quartos, todos ocupados durante o período de Carnaval.
Apesar de o imóvel ter sido bloqueado pela Justiça em 2020, na Operação Status, da Polícia Federal (PF), o local foi reaberto como pousada e restaurante.
O repórter Ari Peixoto tentou contato telefônico com a mulher para obter mais informações. Em uma das ligações, ela demonstrou irritação ao saber que o caso seria divulgado em rede nacional.
Ligação com o tráfico internacional de drogas
A família Morinigo é alvo de investigações por tráfico internacional de drogas. Segundo a PF, o clã teria trazido mais de três toneladas de cocaína do Paraguai para o Brasil entre 2015 e 2020.
O esquema seria liderado por Emídio Morinigo Ximenes e seus filhos, Jefferson Garcia Morinigo e Kleber Garcia Morinigo, que também são investigados por supostamente fornecer cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O empresário Tairone Conde Costa, que aparecia como proprietário do resort e é apontado pela PF como "laranja" da família, foi preso durante a Operação Status, deflagrada em setembro de 2020. Na ocasião, o resort foi sequestrado pela Justiça, mas a família nega qualquer envolvimento com atividades ilícitas.
De acordo com as investigações, o Paraíso do Manso Resort seria usado como "fachada" para lavagem de dinheiro e como ponto de lazer para os líderes do grupo.
Futuro do imóvel ainda indefinido
O Ministério do Desenvolvimento Agrário ainda não definiu o destino do imóvel, que está localizado em uma área federal. O Ministério Público Federal (MPF) investiga a possibilidade de incorporação do resort ao patrimônio da União, mas a Justiça ainda não emitiu um veredito sobre o caso.
