Vanessa Moreno/RepórterMT
Cuiabá/MT
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um novo recurso de Carlos Alberto Gomes Bezerra, mais conhecido como Carlinhos Bezerra, que tentava se livrar de ir a júri popular. Ele é filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB) e é réu por duplo homicídio qualificado contra a ex-namorada, Thays Machado, 44 anos, e o então companheiro dela, Willian César Moreno, 30.
O crime foi cometido em janeiro de 2023, em frente ao Edifício Solar Monet, no Bairro Consil, em Cuiabá.
Desde maio de 2023, a defesa de Carlinhos vem tentando livrá-lo de ser julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão que o submeteu a esse tipo de julgamento foi proferida em maio de 2023, pela juíza Ana Graziela Vaz de Campos, da 1ª Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que disse que o crime foi cometido com as qualificadoras de motivo torpe, de forma cruel e perigo comum, surpresa e impossibilitando a defesa das vítimas.
Nos recursos, os advogados de Carlinhos tentam afastar essas qualificadoras. Dentre as alegações, a defesa diz que o motivo torpe não pode ser justificado já que o ciúme que o réu sentia da ex "era um sentimento forte", ao ponto de contratar uma cigana para reatar a relação através de trabalho espiritual.
Todos os argumentos foram rejeitados pela Corte Superior e o júri popular, bem como as qualificadoras, foram mantidos.
A data para o julgamento ainda não foi definida.
Relembre o caso
O duplo assassinato aconteceu em janeiro de 2023 em frente ao Edifício Solar Monet, no Bairro Consil. Thays e Willian saíam do prédio quando foram surpreendidos por Carlinhos que, de dentro de seu veículo, sacou uma arma de fogo e atirou diversas vezes nas vítimas.
O autor do crime foi preso no mesmo dia, escondido em uma fazenda da família na cidade de Campo Verde. Em novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça chegou a conceder a ele o benefício da prisão domiciliar, mas a decisão foi cassada pouco tempo depois, devido a descumprimento das condições estabelecidas pela Justiça e passear pela cidade quando deveria estar recolhido em casa.
Investigações apontaram que antes de cometer o duplo homicídio, Carlinhos Bezerra monitorava a ex-namorada e tinha informações detalhadas de onde ela estava. Foram encontrados 71 prints de localizações dos lugares que a vítima frequentava. Carlos fazia o download no celular dele e depois imprimia a geolocalização. O investigado instalou os programas quando ainda se relacionava com a vítima.
Thays Machado já havia feito um boletim de ocorrência contra Carlos e, de acordo com a polícia, o crime aconteceu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe usado para buscar o namorado no aeroporto.
