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O ex-prefeito de Sinop e atual deputado federal Juarez Alves da Costa (MDB) será julgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) por crimes como corrupção, desvio de dinheiro público e formação de quadrilha. O caso está ligado à Operação Sorrelfa, que investiga supostos benefícios recebidos por Juarez, incluindo dois apartamentos de luxo em Balneário Camboriú e um carro Porsche Cayenne.
O Ministério Público pediu que o caso fosse enviado ao TJMT após uma mudança recente no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu que autoridades públicas podem ser julgadas no foro privilegiado mesmo após deixarem o cargo, desde que os crimes tenham sido cometidos durante o exercício da função. Além de Juarez, também responde ao processo Carlos Birches Sebrian, acusado de corrupção ativa.
O juiz Mário Augusto Machado, da 4ª Vara Criminal de Sinop, aceitou o pedido do MP e determinou o envio do caso ao TJMT. O congressista é acusado de receber os apartamentos e um veículo de luxo Porsche Cayenne em troca de favorecimentos em 2014; a promessa dos mesmos benefícios em 2012 para vender um terreno público abaixo do preço de mercado; fraude em laudo de avaliação de um terreno em Sinop; ocultação da propriedade dos apartamentos em Balneário Camboriú, também em 2014 além de dissimular a origem de outro apartamento e vagas de garagem e ocultar a propriedade de um veículo Hyundai Azera.
OPERAÇÃO SORRELFA
No dia 15 de setembro de 2016, o então prefeito Juarez Costa foi alvo da Operação Sorrelfa. A ação foi conduzida por agentes do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do prefeito, em seus gabinetes e também na Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação, chefiada por Ivone Latanzi da Costa — esposa de Juarez —, além de endereços em Santa Catarina.
A operação teve como foco a apuração de possíveis crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento em organização criminosa. Deflagrada durante o período eleitoral, a ação foi interpretada por Juarez como uma manobra política com fins eleitorais. O nome "Sorrelfa", remete ao significado do termo: "dissimulação silenciosa com a intenção de enganar ou iludir; sonsice", segundo o dicionário.