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POLÍTICA Segunda-feira, 21 de Abril de 2025, 13:44 - A | A

21 de Abril de 2025, 13h:44 - A | A

POLÍTICA / PASSIVO HISTÓRICOS

‘Dívidas são de precatórios e vem desde gestão Roberto França’, diz ex-secretário

Rafael Machado/OlharDireto



O novo secretário de Administração de Várzea Grande, Roberto Possas de Carvalho, rebateu as declarações do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que tem afirmado publicamente ter herdado uma dívida bilionária da gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

Segundo Possas, que foi secretário de Fazenda da capital na administração anterior, o montante é resultado de décadas de passivos acumulados e não pode ser atribuído exclusivamente a um gestor.

Só de precatórios, Cuiabá tem quase R$ 1 bilhão em dívidas. Isso não é da gestão de um prefeito só. São débitos que vêm se acumulando há mais de 20 anos, desde a época de Roberto França”, explicou.

A fala do ex-secretário surge em meio as declarações feita por Abilio Brunini (PL), que inicialmente declarou ter encontrado uma dívida de R$ 1,6 bilhão ao assumir o comando do Palácio Alencastro. Dias depois, o valor foi elevado para R$ 2,3 bilhões, número que, para Possas, pode estar superestimado.

Você tem que entender o que é dívida fundada. Isso é uma dívida a longo prazo, que passa de uma gestão para outra. A maior parte é de precatórios, ou seja, decisões judiciais que se arrastam por anos e acabam sendo cobradas depois”, afirmou.

De acordo com o ex-secretário, o aumento do endividamento durante a gestão de Emanuel também está relacionado a fatores externos, como a pandemia da Covid-19. Possas revelou que o município teve um déficit de aproximadamente R$ 400 milhões devido à sobrecarga no sistema de saúde, valor que acabou sendo transferido para restos a pagar.

Ele ainda destacou que, ao longo dos oito anos da gestão anterior, foram contratados cerca de R$ 650 milhões em empréstimos, mas que praticamente o mesmo valor foi quitado no mesmo período.

Cuiabá gastou com financiamento de obras menos de 29% da sua capacidade de endividamento. Isso é muito pouco. E do que foi tomado de empréstimo, quase tudo foi pago. Então essa dívida de bilhões não é algo novo ou exclusivo de uma gestão”, enfatizou.

Sobre dívidas com o Cuiabá-Prev e empréstimos consignados, Possas confirmou que há pendências, mas limitadas aos últimos três meses do governo Emanuel. Ele ainda ponderou que, devido à dinâmica da administração pública, é praticamente impossível zerar dívidas como precatórios ou de financiamentos.

O município não é estático, é dinâmico. Novas sentenças judiciais continuam surgindo e se transformam em precatórios. Isso é parte da rotina de qualquer gestão pública. Não existe essa ideia de dívida zero”, disse.



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