Mariana da Silva/GD
Sinop/MT
Manifestantes que faziam uma mobilização em alusão ao Dia Internacional da Mulher na tarde desse sábado (8) foram surpreendidos por uma bomba lançada por um indivíduo ainda não identificado em uma avenida no município de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá). Nenhuma pessoa ficou ferida e até o momento ninguém foi detido.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público do Estado de Mato Grosso (Sintep), subsede de Sinop, Eliane Carvalho de Oliveira, contou que os cerca de 30 manifestantes estavam concentrados por volta das 16h30 na Praça da Bíblia, entre as avenidas Júlio Campos e Jacarandás, no Centro de Sinop.
Conforme Eliane, a mobilização era pacífica e os presentes estavam apenas distribuindo panfletos no semáforo enquanto alguns colegas estavam com bandeiras, faixas e cartazes, sem movimento de passeata ou bloqueio do trânsito. Em dado momento um estouro foi ouvido e em seguida a fumaça tomou conta do local.
“Uma companheira estava no canteiro central com uma bandeira do Sintep e nós não vimos se foi alguém num carro, se foi alguém de bicicleta, nós só vimos que foi atirada uma bomba próxima de onde estava a nossa companheira com a bandeira. Eu estava fazendo o uso da fala no momento e fiquei sem voz por alguns instantes, tamanho foi o estrondo da bomba!”, narra Eliane.
Apesar do susto, a manifestante que estava próxima ao local onde o artefato foi lançado não se machucou, apenas ficou um pouco “tonta” e com a audição prejudicada naquele instante.
De imediato, os manifestantes não conseguiram identificar quem ou de onde surgiu o explosivo. “Eu penso que a gente precisaria voltar amanhã e ver se conseguimos ver através das câmaras, que lá tem uma câmara bastante próxima, pra gente ver o que nós vamos fazer. Mas não deixou de ser uma violência contra a mulher no Dia Internacional da Mulher”, acrescentou.
Segundo Eliane, a polícia não foi acionada no momento que o fato ocorreu pois encaminharam um ofício solicitando que se fizessem presentes no local para a segurança dos manifestantes, porém ninguém compareceu. Até o momento não foi registrado boletim de ocorrência sobre o caso, porém o grupo pretende acionar a polícia para que as imagens do local sejam recolhidas para análise e chegar a identificação do autor do fato.
Questionada sobre o que teria motivado a situação, Eliane acredita que se trata de uma ação direcionada ao grupo e não uma pessoa específica, motivada pela polarização política na cidade de Sinop. "Penso que foi uma intimidação, mas muito mais pela repulsa estimulada pela polarização, onde alguns veem a luta pelos direitos como algo de desocupados, na visão deles, vagabundos", disse.
