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GERAL Segunda-feira, 17 de Março de 2025, 10:40 - A | A

17 de Março de 2025, 10h:40 - A | A

GERAL / VIDA SELVAGEM

Bebê sucuri 'tira soneca' em árvore e encanta turistas em MT; Veja vídeo

Durante um passeio de boia cross, turistas encontraram um filhote de sucuri descansando após o "lanche". Eles registraram o momento, e o biólogo Henrique Abrahão comentou sobre o comportamento.

Nathalia Orke/Primeira Página
Chapada dos Guimarães/MT



Um grupo de turistas viveu um encontro surpreendente com a natureza, nesse final de semana, enquanto fazia um passeio de boia cross em Chapada dos Guimarães/MT, a 65 km de Cuiabá/MT. No meio do percurso, eles se depararam com um filhote de sucuri descansando em uma árvore, ainda digerindo sua última refeição.

A proximidade com o animal rendeu imagens impressionantes e um momento único de conexão com a fauna local. (Veja o vídeo na reportagem)

O vídeo registrado no sábado (15) e divulgado no domingo (16) pela página Adrenalina MT no Instagram, uma agência e operadora de ecoturismo e aventura que atua em Mato Grosso.

Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, a sucuri não representava nenhum risco. Tranquila e imóvel, ela descansava na árvore enquanto os turistas observavam e registravam o momento único.

“A sucuri estava dormindo na árvore, provavelmente digerindo uma refeição, como um calango, um passarinho ou um roedor. Ela estava bem tranquila, e paramos para fotografar”, relatou o guia de turismo Tiago Baggio.

Os turistas chegaram a ficar a uma distância de 10 a 15 centímetros da serpente, que permaneceu sem qualquer reação agressiva.

Além de surpreendente, o encontro serviu como um alerta para a importância do respeito aos animais e à preservação de seus habitats naturais.

“As pessoas precisam entender que nem toda cobra é venenosa. Muitas serpentes, como a sucuri, a jiboia e a caninana, não possuem veneno, mas ainda assim são mortas por desinformação”, ressaltou o guia.

Até um mês sem se alimentar

Segundo o biólogo Henrique Abrahão Charles, especialista em serpentes, o réptil no vídeo se trata de uma sucuri verde, Eunectes murinus, filhote, que possui pouco mais de um metro de cumprimento.

As sucuris, especialmente a sucuri-verde (Eunectes murinus), são um dos animais mais emblemáticos das regiões alagadas do Brasil, como o Pantanal e a Amazônia, podendo atingir 8 metros de comprimento e pesar até 250 kg.

O biólogo explica que o metabolismo destes répteis é extremamente eficiente. No caso da sucuri do vídeo, o processo de digestão pode levar de sete a 15 dias. Já as sucuris adultas, quando consomem uma presa de grande porte, como uma capivara, ela pode passar até 30 dias sem se alimentar novamente.

“Mamíferos comem todo dia, já os répteis não, eles comem uma grande quantidade de uma só vez”, pontua Henrique Abrahão.

Durante períodos de estiagem, esse intervalo pode ser ainda maior, já que as condições naturais podem reduzir a necessidade de alimentação.

Esse longo período sem comida é possível graças ao tempo que o organismo leva para digerir por completo a refeição. Além disso, o ambiente aquático contribui para a conservação de energia.

O especialista em serpentes ressalta ainda que as sucuris comem de tudo: mamíferos, aves, lagartos, cobras, outros répteis, tartarugas e peixes.

Não são uma ameaça real para humanos

Embora existam muitos mitos sobre ataques de sucuris a humanos, registros confiáveis de ataques letais praticamente não existem.

A sucuri evita o contato com pessoas e só ataca em situações de defesa, quando se sente ameaçada.

Sua fama de “monstro devorador” foi construída por histórias populares e exageros midiáticos, mas, na realidade, ela desempenha um papel fundamental no ecossistema, controlando a população de várias espécies.

“Quero lembrar que o contra-ataque acontece. Se você for chegar muito perto delas, se você for colocar a mão nela, ela morde. Até capivara pode fazer contra-ataque”, destaca o especialista.

Impacto na natureza

Grandes responsáveis pelo equilíbrio ambiental, estima-se que cada serpente, não só a sucuri, ao longo de sua vida de 20 anos, possa fazer com que 2 milhões de roedores deixem de existir. Isso é um cálculo aproximado.

“Como as serpentes estão no topo da cadeia alimentar, elas são essenciais para regular o número de roedores, evitando que esses animais se reproduzam descontroladamente e destruam o ecossistema. Elas desempenham um papel crucial para manter o equilíbrio dessa cadeia alimentar”, conclui o biólogo.

VEJA VÍDEO:



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