Flávia Borges/Primeira Página
Mato Grosso
Mato Grosso está entre os estados em nível de alerta para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme aponta o mais recente boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta sexta-feira (7).
O levantamento mostra que, das 11 unidades da Federação que compõem as regiões Norte e Centro-Oeste, oito apresentam incidência da doença em níveis de alerta ou risco nas últimas duas semanas.
A SRAG é uma complicação respiratória severa, caracterizada por falta de ar intensa, sensação de peso no peito e queda na saturação de oxigênio, podendo necessitar de hospitalização.
Estados com alerta ou risco de SRAG
Os estados foram divididos em dois níveis de gravidade:
Nível de risco:
Roraima
Pará
Goiás
Tocantins
Distrito Federal
Nível de alerta:
Amazonas
Mato Grosso
Rondônia
Sergipe (único estado fora das regiões Norte e Centro-Oeste)
Crianças e adolescentes são os mais afetados. O estudo da Fiocruz destaca ainda uma tendência de aumento nos casos de SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos. Segundo a pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella, a volta às aulas pode ser um dos fatores que impulsionam esse crescimento.
“É um padrão que a gente vem observando nos últimos anos. Nas escolas, as crianças têm maior contato umas com as outras e ficam mais tempo em ambientes fechados, o que favorece a transmissão dos vírus respiratórios”, explica.
A análise também indica que os casos de SRAG em crianças de até 2 anos estão associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), enquanto nas crianças de 2 a 14 anos, o principal causador é o rinovírus.
No Distrito Federal e em Goiás, o aumento de casos na faixa etária mais jovem pode estar ligado ao início do ciclo sazonal do VSR, que frequentemente atinge bebês, podendo evoluir para bronquiolite, um quadro que começa com febre e tosse, mas pode levar à insuficiência respiratória.
Situação da SRAG no Brasil em 2025
Até o momento, o Brasil já registrou 16 mil casos de SRAG neste ano, sendo que 34,3% tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório. Os vírus mais identificados nos casos confirmados são:
Sars-CoV-2 (covid-19) – 46,2%
Rinovírus – 23,6%
Vírus Sincicial Respiratório (VSR) – 15%
Influenza A – 6,1%
Influenza B – 2,5%
No total, 1.338 mortes por SRAG foram registradas em 2025, sendo que 47,5% dos casos tinham confirmação para algum vírus respiratório. A covid-19 foi responsável por 81% dos óbitos confirmados.
Cuidados e prevenção
Com a disseminação crescente dos vírus respiratórios, especialistas recomendam medidas preventivas, especialmente neste período pós-carnaval.
A pesquisadora Tatiana Portella sugere que pessoas com sintomas gripais evitem sair de casa e, se precisarem circular, utilizem máscaras de qualidade. Além disso, visitas a bebês e crianças pequenas devem ser feitas com máscara, pois esse grupo é mais vulnerável.
A vacinação contra a covid-19 segue disponível gratuitamente nas unidades de saúde para toda a população, a partir dos 6 meses de idade. Manter o esquema vacinal atualizado é uma das principais formas de reduzir complicações e hospitalizações.