Igor Guilherme/Estadão Mato Grosso
Cuiabá/MT
A monstruosidade com o qual Nataly Helen Martins Pereira matou a adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, parece não ter fim e novos detalhes macabros do caso foram revelados na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) contra a assassina. No documento, de 13 páginas enviado ao judiciário, é dito que Nataly precisou reanimar o bebê, pois ele nasceu morto.
O documento, que a reportagem do Estadão Mato Grosso teve acesso, é dito que Nataly, por ter feito o curso de enfermagem, tinha plena consciência que a asfixia contra Emelly poderia terminar matando o bebê por falta de oxigênio. A vítima foi asfixiada com uma sacola cobrindo a cabeça e um fio ao redor do pescoço.
“O bebê nasceu sem sinais vitais, precisando ser reanimado pela própria denunciada através de massagem cardíaca, o que evidencia o risco concreto à vida fetal provocado pelas ações asfixiantes anteriores. A tentativa de aborto se configura porque, apesar dos atos executórios que colocaram em risco direto a vida do feto, o resultado morte não se consumou (lembre-se que a ação se deu sob dolo eventual)”, diz trecho do documento.
Logo após isso, Emelly foi enterrada no quintal da residência onde foi morta e Nataly foi ao hospital com o bebê nos braços e com a intenção de assumi-lo como a mãe. Ainda conforme informações obtidas pela reportagem, a assassina tinha a intenção de batizar a bebê com o nome de Denize.
No hospital Santa Helena, médicos desconfiaram da suspeita e após exames, descobriram que ela não tinha sinais de que havia dado à luz. Nataly, inclusive, que já tem três filhos, havia passado por um procedimento de laqueadura anos antes.