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POLÍCIA Sábado, 18 de Novembro de 2023, 13:30 - A | A

18 de Novembro de 2023, 13h:30 - A | A

POLÍCIA / TURISMO SEGURO

"Princesinhas do crime" furtaram celular de promotor de Justiça em MT; HC saiu 4 dias antes de operação

Uma delas conseguiu revogar prisão 4 dias antes de operação ser deflagrada

Leonardo Heitor/FolhaMax



O desembargador Marcos Machado, da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), acatou um pedido de habeas corpus proposto pela defesa de Islayne Raysa Santos Pereira Ferreira, uma das duas irmãs moradoras do bairro Pedregal, em Cuiabá, que estão sendo chamadas de as "princesinhas do crime". Ela foi um dos três alvos de mandados de prisão na Operação Turismo Seguro, deflagrada pela Polícia Civil na última terça-feira (14), para prender uma quadrilha que se misturava com turistas para furtá-los em locais de visitação.

Uma das vítimas do grupo foi um promotor de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), que teve um celular funcional levado pelos criminosos, o que ajudou nas investigações.

Na ação de terça-feira, a PJC, em conjunto com o MP-MT, fez diligências para cumprir sete ordens judiciais contra uma associação criminosa envolvida em furtos em pontos turísticos do Estado. Os mandados, sendo três de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar, foram decretados pela Justiça com base em investigações de inquérito policial instaurado na Delegacia de Nobres, sob a presidência do delegado Rogério Gomes Rocha para apurar crimes de furto qualificado, receptação e associação criminosa.

A decisão de prisão preventiva aponta que as vítimas realizavam um passeio turístico no local denominado aquário encantado, no Distrito de Bom Jardim, enquanto os criminosos arrombaram seus veículos que estavam no estacionamento e furtaram diversos pertences. Entre os produtos furtados estavam joias, aparelhos celulares, documentos, equipamentos eletrônicos e outros objetos pessoais de valor.

Foto: Reprodução

furto celular de promotor de Justiça

 

 

Os suspeitos estavam em um Toyota Corolla e teriam sido vistos nas proximidades dos veículos que foram alvo dos furtos. Eles acabaram identificados através de um voucher de acesso de agência de turismo como sendo Islayne Raysa Santos Pereira Ferreira, Deyvid Kauan Cardoso dos Santos e Ingridy Polliana Santos Pereira. Os três são irmãos e foram alvos de mandados de prisão. Deyvid já estava preso na Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande por outros crimes e teve o mandado cumprido no local. Quanto às duas irmãs dele, elas passaram a ser consideradas foragidas, inclusive com cartazes de procuradas sendo confeccionados e divulgados pela Polícia Civil com fotos e nomes completos de Islayne e Indridy.

Entre os aparelhos de telefone celular furtados estava um iPhone 14 Pro, cujo chip inserido era funcional do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) e estava em posse do promotor de Justiça Aldo Kawamura Almeida. As investigações apontaram que três dias após o crime, um chip de Leandro Pereira de Souza foi inserido no aparelho e que ele mora na mesma região dos suspeitos.

Islayne Raysa Santos Pereira Ferreira possui diversas ocorrências registradas contra ela, embora não possua ações penais em andamento. Por conta disso, a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos de Cuiabá da Polícia Judiciária Civil (PJC) pediu a prisão dela, apontando o risco de reiteração na prática dos crimes. Os investigadores ressaltaram também que, de acordo com o ‘modus operandi’, há indicativos de que possa se tratar de integrantes de uma organização criminosa.

HC 4 DIAS ANTES DE OPERAÇÃO

HC antes de operação

 

Em audiência de custódia, realizada no dia 5 de novembro, o juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra negou o pedido de prisão domiciliar da suspeita. No entanto, Islayne Raysa Santos Pereira Ferreira comprovou ser mãe de uma criança menor, de 6 anos de idade, que necessita de seus cuidados diários.

Por conta da primariedade, a inexistência de registros criminais, a idade do filho da paciente e o endereço certo, o desembargador Marchos Machado acatou o habeas corpus e convertereu a prisão preventiva em domiciliar. O HC foi concedido no dia 10 deste mês, ou seja, quatro dias antes da deflagração da Operação, onde a PJC afirmou que Islayne se encontraria foragida.

“Nesse quadro, a conversão da custódia preventiva em domiciliar afigura-se pertinente. Com essas considerações, defere-se em parte o pedido liminar para converter a prisão preventiva da paciente Islayne Raysa Santos Pereira Ferreira em domiciliar, a qual deverá permanecer recolhida 24 horas por dia, não podendo sair de sua moradia, sem autorização judicial, sob pena de revogação”, diz a decisão.

 

E diante do noticiário na imprensa divulgando fotos e nomes das duas irmãs na condição de foragidas, Islayne Raysa usou suas redes sociais para divulgar foto do alvará de soltura e com uma frase debochada: "Alvará cantou bebê", escreveu ela ao publicar o documento nos stories de seu Instagram. 



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