Maricelle Lima/HiperNotícias
Sorriso/MT
Mato Grosso é líder em estupros com o município de Sorriso/MT em primeiro lugar entre as 50 cidades com as maiores taxas de violência sexual no país. A capital nacional do agronegócio concentra 113,9 casos para cada 100 mil habitantes, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024.
Sinop/MT, Cuiabá/MT e Tangará da Serra/MT também aparecem na lista, com 69,9, 64,5 e 62,9 casos para cada 100 mil habitantes, respectivamente.
Em Cuiabá/MT, na primeira semana do ano, dois casos de estupro revoltaram a população. No dia 1º de janeiro, uma mulher de 37 anos foi estuprada enquanto caminhava no Parque Zé Bolo Flor, no bairro Jardim Gramado. O criminoso que usava uma touca ninja não foi preso. Na segunda ocorrência, um menino de nove anos foi estuprado dentro do banheiro de um shopping pelo segurança do estabelecimento. O homem foi detido em flagrante.
Em Sorriso/MT, no mês de agosto do ano passado, uma mulher de 26 anos que estava em casa com sua filha, foi rendida pelo vizinho que invadiu o imóvel pelado. Ela reagiu e acionou a Polícia Militar que prendeu o suspeito horas depois.
A segunda cidade da lista é Porto Velho, capital de Rondônia, com taxa de 113,6 vítimas por grupo de 100 mil habitantes. Em terceiro lugar aparece a cidade de Boa Vista, capital de Roraima, com taxa de 110,5 por 100 mil pessoas.
As estatísticas revelam que a violência sexual ocorre predominantemente em casas (52,1%), seguido por vias públicas (20,5%). Locais como área rural (2,2%), sítios e fazendas (0,9%) e estabelecimentos comerciais/financeiros (3,8%) também aparecem nas estatísticas, assim como hospitais (1,5%).
Fora o estupro de vulnerável, Mato Grosso também foi o estado que mais registrou um aumento na taxa de lesão corporal dolosa em contexto de violência doméstica contra crianças e adolescentes com 254,3 casos. Segue a lista, os estados de Minas Gerais (65,8), Paraná (60,2), Rondônia (70,3), Roraima (68,6) e Santa Catarina (61,3).
DADOS
De acordo com o Anuário, o Brasil enfrenta uma crise alarmante em relação aos casos de estupro e abuso sexual, com uma média de um estupro registrado a cada seis minutos. Entre 2011 e 2023, os casos de estupro e estupro de vulnerável aumentaram 91,5%, totalizando 83.9 mil vítimas. Desses, 76% das vítimas tinham entre 0 e 13 anos, classificadas como vulneráveis.
Conforme o levantamento, a maioria dos agressores são conhecidos das vítimas, sendo 64% familiares. No caso das vítimas de 14 anos ou mais, 31,2% dos agressores são familiares, 28,1% são parceiros íntimos, e 13,2% são conhecidos. Notavelmente, 88,2% das vítimas são do sexo feminino, e 52,2% são negras.
O abuso infantil também é um problema grave no país, com as crianças sendo frequentemente vítimas de maus-tratos que se transformam em lesões corporais na adolescência. Entre 2022 e 2023, 29,4 mil crianças e adolescentes foram vítimas de violência doméstica, com 60,9% dessas vítimas tendo no máximo 9 anos.