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GERAL Quarta-feira, 22 de Maio de 2013, 14:19 - A | A

22 de Maio de 2013, 14h:19 - A | A

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Se importar médico resolve, vamos importar políticos também, ironiza doutor da família



Médico de dedicação exclusiva do Programa da Saúde da Família (PSF), o doutor Werley Peres afirma que o Brasil não tem a necessidade de “importar” profissionais para atuar longe dos grandes centros, em especial na atenção básica. Para ele, a importação não passa de uma medida paliativa sem um resultado final “real”, sendo que o importante é dar condições de trabalho nesses lugares.

 
 
A declaração do médico que atua em Cuiabá é motivada pela decisão do Governo Federal ter decidido “importar” seis mil médicos de Cuba para levá-los ao interior do país, aonde a falta desse profissional faz piorar o caos na saúde. Contudo, Peres acredita que essa é uma solução paliativa que apenas mascada o problema de verdade.
 
 
“Se importar médico resolve, vamos importar políticos também”, ironizou. “Aonde se concentram os médicos? Nos grandes centros. Por que? Não, não é por causa dos salários. Eles até recebem menos do que no interior. É por causa das condições de trabalho”. 
 
 
De acordo com ele, longe dos grandes centros os médicos não possuem como dar seguimento a tratamentos ou ações diversas pela falta de equipamentos, medicamentos e outros itens de primeira necessidade. Pela falta desses itens, muitos profissionais se vêm de mãos atadas e, às vezes, acabam fazendo algo “pela metade”, podendo até serem processados por negligência médica. 
 
 
Para Peres, até mesmo dentro da cidade de São Paulo é possível notar a diferença da qualidade da saúde em um bairro onde existem mais equipamentos disponíveis aos médicos para outros, com uma estrutura precária. Além disso, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa brasileira de médicos – dois para cada 100 mil habitantes – atendes os índices recomendados.
 
 
“Condições de trabalho é ar-condicionado no consultório? Não. Condições de trabalho é equipamento, material e pessoal”, ratificou. “As vezes uma cidade não tem um aparelho de mamografia. E aí, como você vai descobrir um câncer de mama? Quando você descobre um nódulo apalpando é porque a doença já está avançada”, afirmou.


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