A Força Nacional está indo ao Nortão para acabar com o bloqueio feito pelos índios na BR-163, no trecho entre Nova Santa Helena e Itaúba (cerca de 95 quilômetros de Sinop). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ontem, no final da noite, o governo sinalizou que não vai atender a reivindicação dos manifestantes e exonerar a coordenadora de Saúde Indígena. “Nesta manhã será feita a última tentativa para resolver a interdição pacificamente. Caso não haja acordo, não restará alternativas, que não o uso da força”, informou a PRF.
O bloqueio começou na sexta-feira, houve alguns intervalos no sábado e domingo. Nesta segunda, os indígenas decidiram impedir a passagem de caminhões, carretas, ônibus e veículos por tempo indeterminado e já dura 48 horas ininterruptas.
Ontem à tarde, revoltados com o bloqueio indígena, os caminhoneiros e carreteiros bloquearam o acesso a um desvio por estradas em algumas fazendas que estava sendo usado por carros e caminhonetes, aumentando ainda mais a tensão no local. Uma fonte na PRF explicou, ao Só Notícias, que os motoristas se irritaram com a passagem dos veículos, uma vez que caminhões carregados não conseguiam. Eles resolveram trancar o acesso à estrada, como forma de protesto, e para forçar a liberação total da rodovia federal.
O protesto dos indígenas tem causado revolta e indignação para quem precisa trafegar na 163. Muitas empresas, caminhoneiros e carreteiros que dependem da entrega de produtos para receberem frete e centenas de profissionais liberais que precisam se deslocar de uma cidade para outra e desempenharem suas atividades estão tendo muitos prejuízos. Só ambulâncias estão passando. A PRF indicou, desde a semana passada, como rota alternativa uma rodovia estadual que passa pelos municípios de Marcelândia, Cláudia e Sinop e o acesso fica longe do ponto de bloqueio dos indígenas.
A falta de solução para o impasse também repercutiu, ontem à tarde, no Senado.O senador José Antonio Medeiros (PPS) cobrou a resolução da interdição. Em discurso no Senado, comentou sobre transtornos e prejuízos causados pelo manifesto para milhares de pessoas, ressaltando que não é aceitável que questões banais impeçam o tráfego nas estradas, especialmente num país tão dependente do transporte rodoviário.
“Causa prejuízos imensos para o Estado de Mato Grosso e para o Brasil. Fica aqui o registro e espero que o Ministério da Justiça e a FUNAI se debrucem sobre o assunto para que a gente não precise ficar tratando de assuntos menores aqui”, criticou o parlamentar.
Além da exoneração da coordenadora, os índios também reclamam das obras de saneamento e postos de saúde inacabados, falta de remédios e profissionais, diminuição no número de viaturas, falta de infraestrutura nas bases de atendimento, ausência de combustíveis para carro, barco e avião, além de motores geradores e placas solares que utilizam para obter energia e conservar medicamentos e carência de horas de voo para urgências.
Fonte:SoNoticias