G1/MT
Quatro servidores públicos foram presos durante a Operação Improbos, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (15), suspeitos de integrarem um esquema de desvio de verbas públicas e corrupção dentro da Prefeitura de São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá.
Além das prisões, a operação também resultou no cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, cumpridos nas casas dos investigados e setores administrativos da prefeitura. As contas bancárias dos investigados também foram bloqueadas por intermédio judicial, durante a operação.
Segundo as investigações, o esquema envolvia três servidores municipais que trabalhavam na prefeitura, sendo que cada um deles possuía um papel no desvio dos recursos públicos. Já o quarto suspeito, que também é servidor público, está preso por envolvimento com tráfico de drogas e teve uma nova prisão preventiva decretada pelos crimes investigados pela Polícia Civil.
Durante as buscas, os policiais apreenderam documentos, dispositivos eletrônicos e registros contábeis, que serão periciados para comprovar a dinâmica do esquema e identificar outros possíveis envolvidos.
De acordo com a polícia, a ação foi coordenada de maneira simultânea para evitar a destruição de provas e garantir a captura dos envolvidos, sendo que um dos investigados ainda não se apresentou e é considerado foragido da justiça.
O total dos valores desviados deve ser apurado após a análise do sigilo bancário e a conclusão do relatório de investigação.
O esquema
O delegado responsável pelo caso, Ivan Albuquerque Soares informou que um dos investigados, identificado como o principal articulador do esquema, usava a posição de controle financeiro para facilitar o repasse de recursos a credores selecionados, assegurando que os pagamentos ilícitos ocorressem sem levantar suspeitas. Ele também intermediava pagamentos irregulares, cobrando comissões pela liberação dos valores.
O segundo suspeito atuava como intermediário, recebendo os valores desviados e distribuindo-os entre os demais envolvidos. A função dele era ocultar a origem dos recursos e garantir que as quantias fossem repassadas conforme as orientações do articulador, garantindo que todos os participantes do esquema fossem remunerados de forma adequada.
Já o terceiro investigado utilizava uma série de empresas de fachada para simular a prestação de serviços e a venda de materiais à prefeitura. Essas empresas, registradas em nome de terceiros, emitiam notas fiscais fictícias e formalizavam contratos fraudulentos para justificar o recebimento dos valores desviados, conferindo uma aparência de legalidade às transações ilícitas.
Além disso, o grupo facilitava pagamentos a credores que enfrentavam dificuldades para receber as verbas junto ao município. Os investigados cobravam comissões indevidas para acelerar a liberação dos pagamentos, utilizando a influência na prefeitura para garantir que os recursos fossem repassados mediante uma taxa de retorno. Conforme a investigação, essa prática não apenas desviava recursos, mas também comprometia a integridade do processo de pagamentos, favorecendo empresas que aceitavam participar do esquema.