Diego Fredereci/Folhamax
Mato Grosso
A juíza da 4ª Vara Cível de Sinop, Giovana Pasqual de Mello, autorizou o início do processo de recuperação judicial da Agro Nono, que planta grãos no “Nortão” de Mato Grosso, e que deve R$ 200 milhões. A decisão é do último dia 19 de março.
No processo, a Agro Noro conta que iniciou suas atividades no ano de 2007 em Sinop, e que posteriormente expandiu seus negócios para Alta Floresta e Carlinda, municípios do extremo norte de Mato Grosso. A organização revela que em 2012 levou um “calote” de 60 mil sacas de milho que não foram pagas por uma empresa, iniciando a crise nos negócios.
“A crise financeira teve início em 2012, quando sofreram um prejuízo significativo devido ao inadimplemento da empresa Padrão, na compra de 60.000 sacas de milho, seguido de novas perdas em 2014 e 2016, em razão de fatores climáticos adversos, como os fenômenos La Niña e El Niño, bem como fraudes financeiras que impactaram sua liquidez. Além disso, apontam dificuldades decorrentes da greve dos caminhoneiros em 2018, da alta do dólar, da pandemia de Covid-19 em 2020, e do aumento dos juros e dos custos de insumos em 2021 e 2022”, diz o processo.
Além da autorização para o início do processo, a juíza declarou como essenciais para a continuidade do negócio - ou seja, bens que não serão vendidos para o pagamento de credores ao menos até o fim do processo de recuperação -, diversos caminhões, reboques, tratores, colheitadeiras etc. O início do processo faz com que a empresa fique “blindada” de processos de cobrança na justiça por 180 dias.
O plano de recuperação, que nada mais é do que a proposta da empresa para pagar suas dívidas, deve ser apresentado em 60 dias.